sábado, 27 de setembro de 2008



É só esperar

Muito não

.. vou fazendo meu caminho

Eu vou lá.. "Vida que é doce levar o caminho é de fé Diga que eu não vou Onde você for vida me leva E todo sentimento me carrega" Marcelo Camelo

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Há um sopro forte
Vindo do norte, oiá!
Mitigando espaço, forçando caminhos
Tempestade brilhante
Tempos de Dante
Embolada de Jackson


Não me caibo, nem encontro a fresca nesses sopros temidos dessa vida besta, oiéé!

Blah

No começo de tudo
Prenúncio do vazio
Falácias inéditas
Impactos constantes

Sorrisos sinceros
Abraços disfarçados
Mãos entrelaçadas
Caminho promissor

Chegada a hora
Desilusão à vista
Turno initerrupto

Parada obrigatória
Meu eu perdido
Em sua alma fúnebre

terça-feira, 16 de setembro de 2008

dito pelo não dito

Penso com afinco
No que dizer
Se não sou boas com as palavras
Tão pouco no fazer

É que há coisas
Que por si mesma basta
Há sentimentos
Que por si só falam


Fugindo da ambigüidade
Apego-me a redundância
Só pra dizer o já dito

De tudo o que nos une
A lealdade é vencedora
E nos confunde

sábado, 13 de setembro de 2008

Saga

O que é mais nefasto
O desejo ou o desejado?
Ama-se mais o desejo
Espera-se pelo desejado

Sabe-se do apreço
E eu que o mereço
Não vejo acalento
Em nenhum dos teus berços

Sabe-se da profania
E enquanto tu insistias
Eu me rebulia

Rebulindo insisti profanar
O famoso desejo
De desejar

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Suposição

E se a gente se casasse?
E tudo virasse dois?
Dois papéis, duas sombras, uma pessoa..
O lençol se expandiria, o frio fugiria e a gente se unia.

O horizonte seria o mesmo
O ângulo seria diverso
E o um seria dois no um
Olhando o dois em um

Suportaríamos a intimidade dilacerante
O fumo rotineiro
E a dívidas com a mercearia?

Pão duplo,
Mão dupla, vida una
Casamento , não união.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

À tarde

nua
sem roupa
pedaço de pano
rasgado de moça
o vento soprando
o povo olhando
o pai gritando
a danada chorando
os meninos brincando
e eu só espiando
que coisa danada
vento que sobe
nua nua nua
bunda rica
crochê
chita
não importa o pedaço
nem o que ele esconde
é a formosura da moça
que mais espreita
pra lá e pra cá
cajú que nada, pitanga que água
é manga!
mela tudo, adoça o mundo
êta moça pra correr,
êta povo pra se embestecer
êta eu que não tenho o que fazer

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Enxaqueca

Há um canto sobrando
Uma aresta passando
Carros freando
E eu que não ando
Ando, ando ando..

Nesta fresta espreita
O trote compassado
E nesse sem passado torno
Falta-me o regalo

Vinho daqui do alto
Pequenez daqui de cima
O solo me acena
E o reflexo do poste me ilumina

Gauche moderno
Livros rebuscados
Folhetins usados
Porta-voz da hipérbole.

domingo, 7 de setembro de 2008

Inferno

Que trincheira é essa?
Que banzo sentimental é esse?
Ou arranco-te do peito
Ou seria arrancada da vida
Que encruzilhada bandida
Não me há saídas justas
Viver sem ti, viver sem mim
Morrer por ti, morrer em mim
Acredite: realmente não te sou por um triz
Elixir, saída, sites.. qualquer cartão de crédito
Devolva-me a mim mesma
Quando minha vida será minha?
Quando esse tempo me pertencerá?
Quando os meus gostos serão familiares?
Quando, quando..
Há um fio de mim.. um resto patético e melodramático que teima em não prosseguir
Tens razão, não mereço-te!

..Eu e você

Luto dias a finco
Só você não vê
Na insistência de não mais querer
O desejo cria força
Não há como reverter
Tanto anseio pelos nossos dias
Tanto procuro que me perco
Volto a estaca zero, ando sem mastro
À deriva de um iceberg, sua alma gélida
Conserva em mim frações de felicidade
E só e tão-só você não vê que hoje sou você
Do jeito de você
Transmutado por você
O Eu de ontem
Não me reconheço, disfarce constante
De qualquer arrumação eu quero..
Nesse querer tão ínfimo e intenso
Engano:
....... eu não sou você por um triz.
Desce e sobe lareira,
Desafia probabilidades
Engata a ré e chega prenunciando a vitória
Olha o menino, Ui!!
Nunca teve amor e sonha com o esplêndido
Corre, passa, treme, caça..
Sem rima esparsa num topoi clássico, vê-se que o rio tem seu curso intacto
Olha o menino, Ui-Ui!
Chão batido, pés barrentos, água de pote, transporte de mula
Menino, Ui-Ui-Ui!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Fresta

Pôr do sol, gente coçando o nariz, o verdureiro vendendo sapatos..
Da minha janela vê-se isso e muito mais.
Ventos que sopram balançando mais que vestidos finos.
Vestidos que cobrem e escondem mais que intimidades.
Intimidades que disfarçam toda fragileza do disfarce de uma alma.
São na verdade sutilezas de uma vida que teima em não acontecer muito embora minha janela insista em mostrar o filme da realidade em mutação.
A minha janela é fresta interna, subjetiva e esperançosa.
Mas tenho portas... dúvida cruel : pulo a janela ou encaro a porta?